No primeiro mês do ano – janeiro – temos o costume de refletir sobre nossa história, o sentido e o propósito da vida. Também pensamos sobre a qualidade de nossos relacionamentos, revisitamos nossas emoções, nossos últimos desafios da vida, pensamentos e comportamentos. E foi considerando isso que o mês de janeiro foi escolhido para representar a saúde mental no Brasil, tornando-se o “Janeiro Branco“. Estima-se que em cada 100 pessoas, ao menos 30 sofrem ou sofrerão, em algum momento da vida, de problemas de saúde mental. Além disso, o Atlas de Saúde Mental 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS)(Mental Health Atlas 2017 – versão em inglês, disponível para download no site da OMS) identificou que há, em todo o mundo, uma escassez de profissionais de saúde capacitados e de instalações de saúde mental baseadas na comunidade. leo.
Muitas pessoas, quando pensam no tema “Saúde Mental” acabam na verdade fazendo uma associação com “Doença Mental”. Entretanto, a saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais.
Estar mentalmente saudável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é o estado de bem-estar no qual uma pessoa consegue desempenhar suas habilidades, lidar com as inquietudes da vida, é capaz de trabalhar de forma produtiva e contribuir para a sua comunidade.
Um indivíduo mentalmente saudável compreende que não existe a perfeição e que todos os seres humanos possuem limites. Também compreende que a vida real é regada de diversas emoções, como por exemplo: alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração.
Além disso, são capazes de enfrentar os desafios e as mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando têm dificuldade em lidar com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida.
Resumindo, a Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e como lida com os seus desejos, capacidades, ambições, idéias e emoções.
– Estar bem consigo mesmo e com seus familiares, colegas, amigos e qualquer outro;
– Entender os desafios da vida;
– Saber lidar com as boas emoções e também com aquelas desagradáveis, mas que fazem parte da vida;
– Reconhecer o próprio limite e buscar ajuda quando necessário;
O “Janeiro Branco” foi criado em 2014, em Minas Gerais, idealizado pelo psicólogo Leonardo Abrahão. Atualmente, a campanha conta com colaboradores em diversas cidades do território nacional e a aderência aumenta a cada ano. Além disso, em muitas cidades é possível participar de palestras ou mesas de debate sobre o assunto.
O mês de janeiro foi escolhido por alguns motivos pela campanha. Em janeiro, as pessoas têm a sensação de um recomeço, muitos planos e novo estilo de vida. Esse clima foi a base para que as pessoas começassem o ano pensando também em sua saúde mental.
Além disso, é comum experimentar alguma melancolia ou angústia durante a passagem do ano, e janeiro é um momento em que muitas pessoas ainda estão fragilizadas por isso. Então esse o momento ideal para buscar ajuda profissional e começar a cuidar da mente.
A cor branca representa um quadro ou página em branco. Significa o papel em branco, no qual escreveremos ou desenharemos uma nova história da saúde mental, sem os tabus e preconceitos que a cercam. Um novo começo!
A campanha Janeiro branco sugere que, neste início de ano, todos nós tomemos algumas medidas em prol de nossa saúde mental:
1. Fazer do mês de Janeiro o marco temporal estratégico para que as pessoas e instituições sociais reflitam e efetivem ações em prol do combate ao adoecimento emocional dos indivíduos e instituições;
2 . Chamar a atenção para os temas da Saúde Mental e da Saúde Emocional na vida das pessoas;
3. Aproveitar a simbologia do início de todo ano para incentivar as pessoas a pensarem a respeito da sua vida e do quanto investem em sua Saúde Mental e Emocional e daqueles que estão ao seu redor;
4. Chamar a atenção das mídias e das instituições sociais para a importância da promoção da Saúde Mental e Saúde Emocional dos indivíduos;
5. Contribuir para a construção, fortalecimento e disseminação de uma “Cultura da Saúde Mental” que estimule a elaboração de políticas públicas em benefício da Saúde Mental dos indivíduos.
No Brasil, estima-se que em cada 100 pessoas pelo menos 30 delas tenham ou venham a ter problemas de saúde mental. A depressão, a ansiedade e a síndrome do pânico são os principais. Conheça um pouco mais sobre cada um deles agora.
De acordo com a definição do Ministério da Saúde, a depressão é um dos problemas de saúde mental mais comuns no mundo. Além disso, acompanha a humanidade por toda a sua história. É considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “Mal do Século”. Trata-se de um distúrbio afetivo que afeta a vida emocional da pessoa, que passa a apresentar tristeza profunda, falta de apetite, de ânimo e perda de interesse generalizado. Além disso, patologicamente, há presença de pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si. Assim, é imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
Para maiores informações, consulte a página dedicada ao assunto, no site do Ministério da Saúde.
O Brasil é considerado o país mais ansioso e estressado da América Latina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos dez anos o número de pessoas com depressão no mundo todo aumentou 18,4%. Então, isso corresponde a 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra. No Brasil, 5,8% dos habitantes – a maior taxa do continente latino-americano – sofrem com o problema. Além disso, também foi identificado que o sexo feminino é o que mais sente as consequências com 7,7% sendo ansiosas. Nos homens, a porcentagem cai para 3,6%.
A síndrome do pânico ou, conforme denominada pela Psiquiatria, Transtorno do Pânico, é uma enfermidade que se caracteriza por episódios abruptos absolutamente inesperados de medo e desespero.
Exemplificando, a pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco, porque o coração dispara, sente falta de ar e tem sudorese abundante.
Quem padece de síndrome do pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a menor ideia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente comprometida.
Primeiramente, ao perceber que precisa de ajuda ou identificar que alguém que você ama precisa, procure um profissional de psicologia, ao menos para uma avaliação. Então, fale com o seu médico, profissionais de saúde básica, familiares ou amigos. Enfim, não deixe de procurar ajuda.
Além disso, existem ações de apoio à saude mental, coordenadas pelo Ministério da Saúde, como a Política Nacional de Saúde Mental.
Segundo o site do Ministério da Saúde, Política Nacional de Saúde Mental é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Saúde. Sendo assim, a ação compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental.
A Política abrange a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como:
Além disso, também possui programas voltados para pessoas com quadro de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas, como:
Assim o acolhimento dessas pessoas e seus familiares é uma estratégia de atenção fundamental do programa, para a identificação das necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e planejamento de intervenções medicamentosas e terapêuticas, se e quando necessárias, conforme cada caso.
Além disso, indivíduos em situações de crise podem ser atendidos em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial, formada por várias unidades com finalidades distintas, de forma integral e gratuita, pela rede pública de saúde.
Assim como as ações assistenciais, o Ministério da Saúde também atua ativamente na prevenção de problemas relacionados a saúde mental e dependência química. Por exemplo, iniciativas para prevenção do suicídio, por meio de convênio firmado com o Centro de Valorização da Vida (CVV), através de ligações gratuitas em todo o país.
Para mais informações e locais de apoio, consulte a página dedicada a Politica Nacional de Saúde Mental, no site do Ministério da Saúde.
Aproveite o clima da campanha Janeiro Branco, curta toda a sensação de renascimento que o mês de janeiro, com sua perspectiva de mudança e faça algo imprescindível à sua saúde mental: reveja, de tempos em tempos, suas atitudes. Então recupere suas energias, feche ciclos e inicie uma nova fase!!
Afinal, o que este novo ano pode esperar de você?
Texto do site: https://www.tjdft.jus.br/